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sábado, 4 de setembro de 2010

A ex namorada.

Era linda. Silvia no auto dos seus um metro e setenta e nove de altura era uma dessas mulheres de virar a cabeça. Os loiros cabelos, as pernas grossas e condizentes com toda a estrutura corporal era de ativar a testosterona de qualquer um. Tinha uma filha pequena e estava recém-separada. Seu ex marido, rapaz alto e também muito bonito, entregou-se ao álcool e acabou destruindo a vida em família. Depois de muito sofrimento Silvia resolve separar-se.
Um mês após a separação ela pensou:
- Será que eu devo ligar.....?
O fato é que Silvia nunca esquecera do Eduardo, um ex namorado que teve aos 24 anos. Naquela época estava ainda virgem e era criada como uma boneca. A mãe muito ciumenta fazia questão de comprar ainda ursinhos de pelúcia para aquela mulher que até na voz parecia ainda uma criança. E Silvia gostava, sentia-se protegida, na verdade, por aquela senhora que ao mesmo tempo que a amava a torturava com regras duras e rudes. Silvia não conseguia namorar e acabava por não sentir falta de tal. O amor envolvente da mãe obcecada por aquela menina não dava espaço para que ela respirasse. A qualquer momento que Silvia vacilasse a mãe repetia:
- Quem come do meu pão prova do meu cinturão.
Eduardo tinha somente 19 anos. De uma família de classe média tinha no pai um exemplo de rebeldia. O pai andara na ditadura enfrentando polícia, andou com partido comunista e criou os filhos sempre mostrando que poderiam lutar por tudo que fosse correto e lícito e que não deveriam nunca aceitar injustiças. Eduardo conhece aquela mulher linda na universidade de Administração, ela alguns períodos na sua frente, fica embasbacado com tamanha beleza. Ao ver que uma amiga a conhece, faz a pergunta:
- E aquela loira ali? Apresenta?
- É virgem e tem namorado, tira o cavalo da chuva.
É virgem...... Eduardo nem escutou a frase ''tem namorado'', ficou somente pensando - Como pode? Linda, universitária e virgem? Mas o fato é que ela não tinha namorado, foi só uma brincadeira da amiga, mas quanto a virgindade era batata.
Conheceram-se e começou um namoro que durou apenas 3 meses. Tempo suficiente para aquele rapaz habilidoso resolver o ''problema'' da virgindade. Mas ela adorou aquela libertação, a partir daquele namoro tornou-se uma mulher mais forte, mais contestadora. O convívio com Eduardo fez com que ela enfrentasse a mãe, caísse no mundo rumo ao trabalho, mas o término do namoro havia sido traumático. Por conta de uma ex namorada, Eduardo desiste de Silvia e retoma o antigo relacionamento.
Após anos, os dois se reencontram, lavam a roupa suja do passado, tornam-se amigos. Amigos de cama. Silvia com uma esperança de reconquistar seu amado queria fazer de tudo, mas Eduardo era muito descolado, os anos passados o fizeram ter muitas experiências, voltar no tempo não seria algo a ser cogitado. Depois de tentar muito tempo Silvia namora outros rapazes, some, reaparece, some de novo, torna a aparecer, até que casa-se e sumiria por mais de um ano.
- Vou ligar. Alo?
- Sim?
- Eduardo?
- Sim!
- Nem adivinha quem é?
Aquela voz de criança era inconfundível. Silvia já com 30 anos mantinha a voz talvez dos 10 anos de idade. Eduardo titubeou.
- Bem... não sei, eu acho...
- É Silvia
- Silvia? Não acredito, tudo bem com você? Como vai a filha, o casamento?
A pergunta era estratégica, sempre que Silvia se afastava para namorar outro rapaz e mesmo durante o casamento ela NUNCA fora infiel. Quando encontrava com Eduardo, mesmo cheia de vontade ela segurava a onda mas não feria seus princípios. Se estava comprometida estava e pronto, não importa mais nada, vivia para a pessoa sendo feliz ou infeliz. Ela então responde:
- Eduardo, eu preciso falar com você. Urgente. Pode me encontrar hoje?
Eduardo parou um instante. Sabia que ela tivera uma filha. Fez as contas, ficou com medo dela dizer que a filha era dele, mas depois viu que era impossivel. Do tempo que não se viam até o nascimento da pequena, não daria tempo. Mas ficou curioso:
- Posso, à noite?
- Sim, combinado.
O que Silvia queria não era nada demais. Eduardo era o ex namorado, o amigo, o confidente, enfim, era a pessoa na qual ela mais depositava confiança. Queria só ele por perto de novo. Queria o amigo de cama, e que cama, ela adorava essa parte, por mais que tenha conhecido outros rapazes era o Eduardo que a fazia mais realizada.
- Faço o que quiseres, não te preocupes com cobranças. Pode namorar quem quiser, pode casar se quiser, não me importo, só quero que continues meu amigo.
No fundo Silvia, mesmo recém separada, alimentava ainda a esperança de ter o ex de volta. Via ele brincar com sua filha com tanto carinho que sonhava: - Não podia ter sido ele o pai da minha filha?

Certo dia o convocou:
- Eduardo, não vou perder tempo com enroladas, quero que venha aqui fazer amor comigo!
Pasmo com o convite tão direto, Eduardo não pode negar. Foi até lá e tal qual uma pizza pedida por telefone já foi atacado ao entrar no apartamento. Ao final ela suspirava
- Fazer amor contigo é muito bom. Tens alguma fantasia? Fala, eu realizo.
Ele pensou, arriscou:
- Tenho uma, gostaria de ir para a cama com duas mulheres. Mas não somente isso, o que eu queria era que estas duas mulheres estivessem transando.
Silvia ficou gelada. Pensou um pouco:
- Outra mulher? Mas eu nunca toquei nem fui tocada por uma mulher!
- Eu sei, não lhe parece uma experiência interessante?
Silvia já se arrependera de ter feito a proposta, mas não queria mostrar fraqueza. Eduardo duvidava que ela toparia, mas ela fez apenas uma exigência:
- Edu, eu topo, mas sem beijos. E outra coisa, ela pode tocar em mim, mas eu não quero tocar nela.
Surpreso, Eduardo se encheu de empolgação. Nunca imaginava que isso aconteceria assim tão fácil. Passou a mão no telefone no dia seguinte e ligou para uma amiga que saia com ele de vez em quando e que gostava de mulher. Marcaram o dia e tudo aconteceu. Auxiliada por algumas garrafas de vinho Silvia estava irreconhecível, a explosão dela impressionaria até ao mestre Nelson Rodrigues. Fez amor com aquela mulher e com o Eduardo com um prazer estampado no rosto, um sorriso freqüente. Esqueceu-se das regras que impusera e curtiu o momento como ela nunca imaginaria na vida.
Na semana seguinte Eduardo telefone para Silvia que pergunta:
- Oi Edu, tudo bem contigo?
- Tudo sim, quando a gente se vê?
- Não sei, Edu.
- Como não? O que houve?
- Edu, aquela tua amiga.... tá comigo agora. Obrigada por apresentá-la. Voce sabe, quando estou namorando....

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Kkkkkkk perfeito..pra mim ler qualquer coisa sua já é o êxtase .

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  2. Que coisa ein...O que vale uma experiencia...rsrsrsr
    O que é um "de repente" na vida da gente...rsrs
    Adorei... sua testosterona esta a mil...muito bom.
    Bjus...bjus e mais bjus!!

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  3. Muito bom e o final?Muito bom querido 👏👏👏

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Quem disser que escreve APENAS por hobbie e não faz questão que ninguém comente É UM GRANDE MENTIROSO!!